Precisamos de heróis e heroínas

A “explosão” de popularidade da Rayssa Leal, entre ontem e hoje, diz muito sobre a necessidade que nós, serem humanos, temos em encontrar heróis que nos inspirem, que nos apontem algum rumo ou que simplesmente resgatem algum fio de esperança.

Buscamos heróis na ficção, a exemplo do cinema, da literatura e da teledramaturgia. Mas também no esporte, na política, nas organizações e em tantos outros espaços. Mas, você já parou para pensar o que fez/faz da mais jovem medalhista olímpica brasileira uma “heroína” que além da Prata conquistou cerca de 3 milhões de seguidores em menos de 24 horas, em uma única rede social?

Se você respondeu a competência e as habilidades técnicas dela, você está certo. Se você respondeu a mídia, você também está certo. Porém, é muito mais do que isso que a torna um “fenômeno” de popularidade e candidata à heroína: Sim, eu sei: a conquista da Raissa Leal está associada a vários aspectos simbólicos, especialmente à sua pouca idade e ao gênero feminino em um esporte praticado predominantemente por meninos.

Mas há dois elementos que, no meu entendimento, são fundamentais para essa “explosão”. Um deles chama-se storytelling. Nesse caso, uma história pronta e perfeita. Explico: milhares de brasileiros que não conheciam essa tal Rayssa descobriram algo incrível: ela não é simplesmente a Rayssa. Ela é a “Fadinha do Skate”. Sim!!! Uma criança que há algum tempo anda por aí fazendo manobras incríveis com um skate, e vestida de fada??!!! Ela queria voar! E voou! Storytelling perfeito! Não tem como não se encantar! As pessoas se conectam e a opinião pública se rende.

Faltava a cereja do bolo: como é a personalidade dessa “fada”? Como ela se comporta? Como se comunica? Incrível! A originalidade e a expressividade dela ao falar com as pessoas, dar entrevistas e se comunicar diante de uma câmera não deixa dúvidas: a capacidade de comunicação é um ingrediente muito poderoso na construção da imagem pública de heróis e heroínas populares.

Depois de tudo isso, você continua acreditando que se encantou por ela “apenas” por suas incríveis manobras de skate?


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